Vendedor de yakisoba foragido é suspeito de esquartejar jovem no Rio

Vendedor de yakisoba foragido é suspeito de esquartejar jovem no Rio

Cunhada de jovem morta na Pavuna investigou seu paradeiro por dois dias até encontrar o corpo

A descoberta do corpo da jovem Marcelle Julia Araújo da Silva, de 18 anos, contou com uma investigação heroica feita por sua cunhada, Layssa Oliveira, de 24 anos. A adolescente foi encontrada morta no último sábado (14), na casa do suspeito do assassinato, o comerciante Zhaohu Qiu, cidadão chinês de 35 anos, conhecido como Xau.

Ele teria levado o cadáver para sua casa, na comunidade Beira Rio, na Pavuna, Zona Norte do Rio de Janeiro, onde ela foi mutilada por cães. Na noite da última quarta, a adolescente foi a uma outra casa próxima alugada pelo chinês, que considerava amigo, durante a madrugada, sem avisar à família. Segundo os familiares, amigas relataram que ele teria dito que comprou uma cesta de Dia dos Namorados, para que ela fosse buscar. Marcelle completaria 19 anos no próximo dia 1º.

Na manhã seguinte, ao perceber que a jovem não voltara para casa, a família começou a ligar para as amigas com quem Marcelle tinha encontrado e até para o próprio suspeito, sem maiores indícios de onde ela poderia estar. Mas a busca de Layssa foi determinante. Ela pediu os registros das câmeras de segurança de estabelecimentos comerciais da rua da casa de Xao, que fez ela desvendar os fatos, na tarde deste sábado.

“Achei a última filmagem dele, arrastando o corpo. Ele estava empurrando um carrinho de supermercado, com uma lona azul, onde estava o corpo dela. Pedi a ex-namorada dele para abrir a casa e aonde ele guardava as coisas. O carrinho estava lá, mas não vimos o corpo, ainda fomos no valão para procurar e só achamos a bicicleta dela lá. Eu cismei de entrar lá de novo, pedi para olhar a laje, aí a gente já viu a mão da Marcelle comida por cachorros”, contou Layssa, que completa: — Porque se o carrinho estava lá, ele não saiu mais com o carrinho, deu para desconfiar que o corpo estava em algum lugar ali dentro.

A cunhada impressionou-se ainda com a frieza do suspeito. A família acredita que o crime, tratado como feminicídio pela polícia, foi premeditado.

“Ele ia na casa dela, muitas vezes levava yakisoba lá, não se mostrava uma pessoa ruim. Ele teve frieza, ainda estava circulando pela comunidade até ontem. Acho que foi quando percebeu que estávamos procurando ela”, diz Layssa, muito emocionada com a perda.

Zhaohu Qiu, o Xau, teve a prisão temporária decretada pelo plantão do Tribunal de Justiça do Rio e é considerado foragido. Segundo a família, ele costumava convidar as meninas da comunidade para sua casa e comprava presentes para elas.

“As amigas dela falam que ele tinha obsessão por ela, muitas fotos dela no celular, mas ela era só amiga dele”, relatou Cláudia Luciana de Araújo, tia-avó da vítima.

As imagens foram obtidas pela família da vítima, preocupada com o desaparecimento. A primeira hipótese foi de que o homem estaria mantendo Marcelle presa na residência da Pavuna. Ao chegar lá, a cunhada da vítima conseguiu entrar no local com a ajuda de uma amiga do suspeito que tinha a chave para alimentar os cães, e encontrou o corpo da menina mutilado por cachorros.

“Ele fez tudo premeditado, achou que era um crime perfeito, pois os cachorros fariam o trabalho e seria mais fácil esconder os ossos”, diz a tia, completando sobre as estratégias do homem: “O celular dela desapareceu e a bicicleta ele jogou dentro de um rio”.

A polícia ainda aguarda exames para averiguar qual foi a causa da morte de Marcelle, mas já se sabe que o corpo não tinha marcas de tiros ou de esfaqueamento. Antes do crime, a família conta que não imaginava que a jovem poderia estar em perigo, pois o suspeito não se mostrava agressivo.

“Ele ia na casa dela, muitas vezes levava yakisoba lá, não se mostrava uma pessoa ruim. Ele teve frieza, ainda estava circulando pela comunidade até ontem. Acho que foi quando percebeu que estávamos procurando ela”, contou a cunhada da vítima, Layssa Oliveira.

O comando do 41º BPM (Irajá) informou que o cadáver de Marcelle foi achado por outras pessoas, que acionaram agentes para a ocorrência. Chegando ao local, a equipe isolou a área e encaminhou o caso para Delegacia de Homicídios da Capital. Por sua vez, a Polícia Civil informou que uma perícia foi feita e outras diligências estão em andamento.

Qualquer informação sobre o paradeiro de Zhaohu, conhecido como Xao, pode ser repassada diretamente à Divisão de Homicídios, ou através do Disque Denúncia (21 2253-1177). O enterro de Marcelle acontece nesta segunda-feira (16/6) no Cemitério de Irajá.

REVOLTA – O caso gerou, neste domingo, revolta na internet. Na hashtag “JustiçaporMarcelle”, na rede social X, amigos e até desconhecidos mostraram indignação. “Eu estou horrorizada com esse caso da Marcelle. Foi tudo minimamente calculado, com ruindade, crueldade, frieza… que Deus a receba de braços abertos e que a justiça seja feita!”, comentou uma pessoa. Outra relatou: “Eu nunca sequer troquei uma palavra com essa menina. Só a conhecia de vista e, toda vez que vejo foto dela, o peito dói. Imagino o desespero e a sensação de impotência dela. O peito arde, a garganta da um nó”.

Mulheres também destacam a motivação do assassinato. “Uma crueldade sem fim. Até quando nós, mulheres, vamos passar por isso só por dizer um ‘não’? Era uma menina nova, linda… tinha um futuro maravilhoso pela frente. E foi interrompido por esse monstro”, publicou uma.

Segundo a tia-avó, Marcelle tinha planos profissionais para este ano, e sonhos ainda maiores.

— Ela tinha parado de estudar este ano, ia começar um curso de design de sobrancelhas, tinha o sonho de ser influenciadora digital.

No Instagram, entre homenagens feitas à Marcelle, uma amiga lembrou os momentos vividos juntas: “Eu nem acredito que eu perdi você dessa maneira tão covarde. Meu coração está despedaçado em saber que eu nunca mais vou escutar sua voz, ver seu sorriso, te ver na rua… Obrigado por tudo, todos os momentos, as risadas, os conselhos. Obrigado por tudo. Obrigado por ter aparecido na minha vida, eu NUNCA, JAMAIS vou me esquecer de você. Marcelle Julia, eu te amo”.

Disque denúncia divulga cartaz

O Disque Denúncia divulgou, neste domingo, um cartaz para auxiliar nas investigações e no inquérito policial da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), a fim de obter informações que levem à localização e prisão do chinês Zhaohu Qiu, vulgo “Xau”, de 35 anos.

Quem tiver informações sobre a localização do criminoso, pode denunciar, em total anonimato, pelos seguintes canais de atendimento do Disque Denúncia do Rio:

  • Central de atendimento/Call Center: (021) – 2253 1177 ou 0300-253-1177
  • WhatsApp Anonimizado: (021) – 2253-1177 (técnica de processamento de dados que remove ou modifica informações que possam identificar uma pessoa)
  • Aplicativo: Disque Denúncia RJ
  • Anonimato Garantido

Faça sua denúncia pelo nosso WhatsApp: (21) 99744 5345

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