Ao se completar quatro anos da morte do adolescente João Pedro Mattos Pinto no bairro Jardim Catarina, a Comissão de Combate às Discriminações e Preconceitos de Raça, Cor, Etnia, Religião e Procedência Nacional, da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), recebeu em uma reunião pública na última sexta-feira (17/05) os pais do adolescente e outras vítimas da violência em ações das forças policiais.
Segundo a Comissão, até o momento a família não teve resposta da Justiça e o apoio é para que a vara criminal de São Gonçalo venha fazer um trabalho com responsabilidade.
Na ocasião, a mãe do adolescente, Rafaela Santos, compartilhou a dor de procurar o corpo do filho por mais de 17 horas. “A polícia matou o meu filho e ainda tirou o corpo do local sem a família estar presente, disse que estaria socorrendo o João”, afirmou ela, que se preocupa com a demora do julgamento mesmo que seja concedido o júri popular: “Não sabemos quanto tempo mais vamos ter que esperar”, questionou Rafaela.
O menino foi morto com um tiro de fuzil durante uma operação das polícias Civil e Federal, em 2020, no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo. Segundo testemunhas, o adolescente e mais cinco amigos jogavam videogame, na casa do tio, quando policiais teriam entrado na residência atirando. Os agentes são acusados de homicídio doloso e fraude processual.
O dia 18 de Maio, data da morte do João, entrou no calendário oficial do Estado do Rio como o Dia de Luta Jovem Petro Vivo, pela Lei 10.298/24. No próximo dia 28, a Comissão de Combate às Discriminações vai realizar uma abrangente audiência pública sobre as vítimas da violência.