Além da presidência, Magda Chambriard Chambriard também assumirá um assento no conselho
A Petrobras informou nesta 4ª feira (15.5) que Magda Chambriard, 66 anos, deve assumir o comando da estatal em até 15 dias. Em nota, a companhia informou que essa é a duração média do seu rito de governança para aprovação de um nome ao cargo de presidente da petroleira. A indicação de Chambriard passará por uma análise de áreas de integridade e de recursos humanos da estatal para depois ser levado ao Cope (Comitê de Pessoas) do Conselho de Administração.
Chambriard foi indicada ao comando da estatal pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na 3ª feira (14.mai). Ela assumirá o lugar de Jean Paul Prates, demitido no mesmo dia. Ainda sem ser efetivada na presidência, já foi convocada na manhã desta 4ª feira (15.5) para reunião com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. O encontro, na sede do ministério, foi marcado para tratar de prioridades do governo na estatal. Nesta 4ª (15.5), o Conselho de Administração da Petrobras também aprovou o nome de Clarice Coppetti para a presidência temporariamente. Ela é diretora de Assuntos Corporativos da Petrobras.
QUEM É MAGDA CHAMBRIARD – Ela foi diretora-geral da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) durante a gestão da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), de 2012 a 2016. Antes, trabalhou por 22 anos na própria Petrobras, como funcionária de carreira. Segundo seu perfil no LinkedIn, Chambriard é bacharel em engenharia civil e mestre em engenharia química pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Atua como consultora no setor de petróleo e energias e, desde abril de 2021, é diretora da assessoria fiscal da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro).
A gestão de Chambriard na ANP foi marcada pela retomada dos leilões de áreas para exploração e produção de petróleo, e pelo vazamento de óleo durante a perfuração de um poço na Bacia de Campos pela empresa norte-americana Chevron. As decisões da executiva em relação ao 2º ponto incluíram a aplicação de multas pesadas a empresas que atuam na operacionalização de plataformas de petróleo, causando discórdias no setor.
A DEMISSÃO DE PRATES – Chamado oficialmente pela Petrobras de “pedido de demissão negociado”, Prates foi demitido por Lula na noite de 3ª feira (14.5). Foi o ponto final de uma longa fritura que o ex-senador vinha sofrendo no cargo. A permanência dele era vista como insustentável. A decisão de demitir Prates já estava sacramentada por Lula há mais de 1 mês. Mas o petista esperou os holofotes da mídia saírem da Petrobras e os ânimos arrefecerem entre Prates e integrantes do governo para fazer o anúncio. Não queria que se tornasse uma crise interna.
Nos bastidores do governo, a leitura é que Prates cavou sua própria cova. Sua gestão já era vista com ressalvas por Lula por motivos como a demora em investimentos estratégicos para o governo, como em fertilizantes e em refinarias. Tudo piorou depois de 2 episódios: dividendos – Prates foi contra a orientação inicial do governo de reter 100% dos dividendos extraordinários de 2023.
O então CEO se absteve, enquanto os demais conselheiros governistas cumpriram a ordem. Foi chamado de “traidor” por alas da Esplanada; pressão a Lula – quando Prates fez chegar a mídia por intermédio dos seus interlocutores uma espécie de ultimato a Lula para que atuasse em seu favor na fritura interna que sofria no governo.
O gesto foi lido no meio político como um amadorismo do ex-senador. Esses episódios foram a gota d’água para Lula perder a confiança no presidente da Petrobras. O Planalto esperou para encontrar um novo nome de confiança, que tivesse aceitação de setores do governo e alguma experiência no mercado de óleo e gás. Achou Magda Chambriard. E assim a demissão de Jean Paul Prates foi selada, ao tempo de Lula.
Fonte: Poder 360