Deliberações do júri em caso sobre tráfico sexual começaram em Manhattan na 2ª feira; cantor pode ser condenado à prisão perpétua
O Tribunal Federal de Manhattan deu início na 2ª feira (30.jun.2025) às deliberações do júri no julgamento de Sean “Diddy” Combs, o “P. Diddy”, de 55 anos. O cantor e produtor musical é acusado de crimes como conspiração, extorsão, prostituição e tráfico sexual. As principais alegações envolvem denúncias de estupro e abuso sexual. Espera-se que o julgamento do rapper termine ainda nesta semana. Diddy pode ser condenado à prisão perpétua.
O julgamento começou em maio deste ano e teve mais de 6 semanas de depoimentos. Durante este período, duas ex-namoradas de Combs prestaram testemunho: a cantora de R&B Cassie Ventura –que se relacionou com o rapper por 11 anos– e uma mulher identificada no tribunal pelo pseudônimo “Jane”.
Ambas relataram aos jurados que foram forçadas a participar de performances com acompanhantes masculinos pagos, conhecidas como “freak offs”, enquanto Combs assistia, se masturbava e por vezes filmava. Ao todo, 34 testemunhas foram ouvidas.
Os advogados do cantor admitiram que ele foi violento em relacionamentos domésticos, mas argumentaram que Ventura e “Jane” participaram de forma consensual das performances. A defesa destacou mensagens de texto carinhosas e sexualmente explícitas que as mulheres enviaram a Combs durante seus relacionamentos. “Se ele fosse acusado de violência doméstica, não estaríamos todos aqui”, disse o advogado de defesa Marc Agnifilo durante sua sustentação final na 6ª feira (27.jun). O júri, composto por 12 jurados, recebeu instruções do juiz Arun Subramanian, responsável pelo caso. Cada integrante recebeu uma cópia das instruções para consulta durante o período de deliberação.
O tempo diário desse processo é determinado pelos próprios jurados, sem previsão de quanto poderá durar. No 1º dia de deliberações, o júri se reuniu por aproximadamente 5 horas, segundo a CNN. O período extenso dessa etapa se dá em função de uma peculiaridade do sistema judicial norte-americano: só é possível que se chegue a um veredito caso o júri vote de forma unânime. Caso contrário, é declarado um “hung jury” (“júri em desacordo”), o que resulta em um “mistrial”, ou seja, a anulação do julgamento ou o início de um novo processo.
Depois da revelação do veredito, caso seja considerado culpado, cabe ao juiz responsável decidir qual pena será mais adequada e, posteriormente, aplicada na condenação do réu.
EMPECILHOS – Cerca de duas horas depois do início da deliberação, os jurados enviaram um comunicado ao juiz Arun Subramanian solicitando orientações sobre um integrante que poderia não estar seguindo as instruções legais. O comunicado, lido pelo juiz Subramanian durante a sessão aberta, mencionava especificamente o jurado número 25.
A mensagem não detalhou quais instruções o jurado teria dificuldade em seguir. Os jurados permanecem anônimos neste caso, prática incomum em julgamentos criminais nos Estados Unidos, mas frequente em processos de grande repercussão midiática, onde os integrantes do júri poderiam enfrentar assédio.
SOBRE DIDDY – Sean “Diddy” Combs, também conhecido como Puff Daddy e P. Diddy, é um cantor e produtor influente na indústria musical norte-americana. Nascido em 4 de novembro de 1969, em Harlem, Nova York, o rapper construiu uma carreira sólida no hip-hop, produzindo artistas como The Notorious B.I.G. e ajudando a popularizar o gênero.
Ele iniciou sua carreira como estagiário na Uptown Records nos anos 1990 e fundou a Bad Boy Records em 1994. Seu álbum “No Way Out” (1997) ganhou um Grammy de Melhor Álbum de Rap.
Na vida pessoal, Diddy é pai de 7 filhos com 4 mulheres diferentes. Foi criado só pela mãe depois da morte do pai em 1972. Além da música, ele expandiu seus negócios para as áreas de moda e bebidas, construindo uma rede de contatos influente no entretenimento, incluindo artistas como Jay-Z, Ashton Kutcher e Justin Bieber. Sua festa de 50 anos contou com a presença de celebridades como Beyoncé, Kanye West e Kim Kardashian.
ENTENDA – Em setembro de 2024, Diddy foi preso em Nova York sob acusações de abuso sexual e outros crimes relacionados. O promotor Damian Williams declarou que ele utilizava violência e coerção, frequentemente sob o efeito de drogas, para forçar mulheres a manter relações sexuais por longos períodos, além de gravar os abusos.
De acordo com o jornal New York Times, na época as acusações apontavam para o comando de um empreendimento criminoso que incluía abusos, ameaças e coerção que teriam sido realizados para satisfazer seus desejos sexuais e proteger sua reputação. As investigações envolveram depoimentos de várias mulheres, incluindo a cantora Cassie Ventura e a modelo Crystal McKinney.
AS ACUSAÇÕES –
Cassie Ventura – em novembro de 2023, a cantora e ex-namorada de Diddy foi a 1ª a entrar com uma ação formal, acusando-o de abuso sexual. Ela alegou que o rapper a forçou a se envolver em atos sexuais não consensuais e a fazer sexo com outros homens enquanto era filmada. O processo foi encerrado ainda no mesmo mês, sem que detalhes fossem divulgados; produtor musical – no início de 2024, um produtor musical revelou ter sido coagido por Diddy a contratar mulheres para encontros sexuais e pressionado para manter, ele próprio, relações com elas;
Derrick Lee Smith – em junho de 2024, Derrick Lee Smith, que encontra-se preso em uma cadeia em Michigan, afirmou que Diddy o drogou e abusou sexualmente durante uma festa em 1997. Smith processou Diddy e ganhou a ação judicial, depois que o rapper não compareceu a uma audiência virtual.
Fonte CNN
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