À frente dos filmes, está o cineasta Diego Amorim
O Sesc Niterói vai exibir na quarta-feira, 11/12, às 17h30min, os curtas-metragens Katya e Gino e Vigia da noite, produzidos pelos alunos do curso “Introdução ao Cinema”, sob a orientação do instrutor e cineasta Diego Amorim. A entrada é gratuita, e o Sesc está localizado na Rua Padre Anchieta, 56, no bairro São Domingos, na Zona Sul da cidade.

Os filmes fazem parte da prática das aulas e exploram dois gêneros cinematográficos distintos: documentário e ficção. Para o documentário, a turma pesquisou personalidades locais e escolheu contar a história de Gino Fonseca, produtor cultural do Sesc Niterói. Já o curta-metragem de ficção nasceu a partir da atividade de criação de um roteiro, com foco no gênero suspense/terror.
Gravado no fim do ano passado e montado neste ano, Katya e Gino apresenta a trajetória do artista plástico Gino Fonseca, criador da drag queen Katya Furação, personagem que marcou época no Rio de Janeiro entre os anos 1990 e 2010. Ele tornou-se ainda mais conhecido por integrar o primeiro casal gay a adotar uma criança em Niterói.
No documentário, Gino relembra a infância na cidade natal Cachoeiras de Macacu, a expulsão de casa ao revelar sua sexualidade, a adoção do filho, hoje com 14 anos, e os desafios que representa ser homossexual no Brasil, país que lidera o ranking de violência contra a comunidade LGBTQIAP+ no mundo.
Já o “Vigia da noite”, filmado em novembro nas instalações do Sesc, narra a história de Sérgio, um vigilante obstinado pelo seu ofício e assombrado pelo passado. O roteiro teve como base o texto do aluno Douglas Ribeiro, que foi escolhido pelos colegas para ser transformado em filme. De forma coletiva e colaborativa, os alunos se dividiram nas funções cinematográficas, como encenação, direção, câmara, captação de som e produção de arte.
O cineasta Diego Amorim, responsável pela condução do projeto, integra o Programa Imagens e Movimento (PIM) – uma rede mundial composta por organizações focadas no ensino do cinema em escola, que segue a orientação pedagógica do cineasta francês Alain Bergala.
“Acredito muito mais no ensino da arte fazendo arte, ter uma ideia que o Bergala desenvolve, essa coisa de ter um frisson do fazer artístico, do criar, de participar de todas as etapas. Porque quando é uma coisa muito discursiva ou expositiva perde a potência desse lugar do fazer e, obviamente, é mais agradável, em vários sentidos, inclusive para o aluno”, afirmou Amorim, que atua como instrutor no Sesc do Rio de Janeiro há cerca de cinco anos.
Mesmo que a prática acabe envolvendo mais os alunos, o professor esclarece que a teoria é fundamental. “Tento fazer uma aula muito teórica também, de forma simplificada, até porque é uma aula de introdução ao cinema. Busco sempre aprofundar algumas questões, assim, a aula tem um pouco de tudo”, disse Amorim.
A turma é formada por aluno de 17 a 65 anos e das mais variadas profissões.
“Os perfis são bem distintos, com bagagens culturais e realidades diferentes. Busco olhar para cada singularidade e lido bem com isso. Cinema é isso, une as pessoas, faz com que trabalhem juntas e algumas que, às vezes, não teriam dinheiro para fazer um curso dessa área. Então, tirar o cinema do lugar de privilégio é realmente fazer cinema, e o que a gente está fazendo é cinema, e isso é empolgante”, concluiu o produtor.
São Gonçalo Vai Mudar. O Maior Portal da Cidade.
