Por dia, cerca de 71 pessoas se envolveram em acidentes de trânsito no estado, e motoristas jovens lideram infrações por direção perigosa
Levantamento inédito do Instituto de Segurança (ISP), divulgado no início da Semana Nacional do Trânsito, revela que, entre janeiro e junho deste ano, 1.436 pessoas foram atropeladas no estado do Rio de Janeiro, uma média de oito casos por dia.
A Avenida Brasil desponta como a mais perigosa, com 50 ocorrências, seguida pela Av. Santa Cruz, com 22, e pela Av. das Américas, com 21. Mais de ⅓ das vítimas possui entre 30 a 59 anos e do sexo masculino. A capital fluminense lidera as estatísticas (658 registros), seguida por São Gonçalo (100) e Nova Iguaçu (81).
No primeiro semestre, além do aumento nos atropelamentos, houve uma alta de 23% nos acidentes de trânsito, totalizando 12.914 ocorrências em 182 dias – uma média de 71 acidentes por dia. Desse total, 751 resultaram em vítimas fatais.
Outros dados também preocupam: em seis meses, o ISPTrânsito registrou 13.389 casos de lesões corporais culposas, com a maior parte ocorrendo no período da tarde, entre meio-dia e 18h, e 1.123 homicídios culposos, concentrados majoritariamente à noite, entre 18h e meia-noite.
Para a diretora-presidente do ISP, Marcela Ortiz, a divulgação desses dados é essencial para atingir dois grandes objetivos: conscientizar a sociedade sobre segurança viária e embasar estratégias de fiscalização de trânsito baseadas em evidências.
– O ISPTrânsito é mais do que um painel de dados. Queremos oferecer uma ferramenta estratégica que apoie a formulação de políticas públicas voltadas para a educação no trânsito e também conscientize a sociedade sobre a importância da prevenção de acidentes.
Esses números reforçam a necessidade de fortalecer programas do Governo do Estado como a Operação Lei Seca, as ações do Detran.RJ e outras iniciativas estaduais voltadas a enfrentar a insegurança no trânsito – explicou.
Direção perigosa prevalece entre os mais jovens
Nos seis primeiros meses do ano também destacamos o grande número de motoristas jovens, entre 18 e 29 anos, como os principais autores por infrações, como dirigir sem habilitação, adulteração de sinal identificador de veículo automotor (ou adulteração de chassi) e participação em competições não autorizadas.
Em comparação com o mesmo período do ano passado, dirigir sem habilitação e adulteração de sinal identificador registraram aumentos expressivos no estado do Rio de Janeiro, de 22,7% e 50,2%, respectivamente.
Quanto à profissão, grande parte dos infratores é composta por estudantes. Nos registros de direção perigosa, estudantes (5,7%), comerciantes (3,4%) e entregadores (3,3%) foram os mais autuados. Já nas ocorrências por participação em competições não autorizadas, estudantes (11,4%), motociclistas (6,4%) e entregadores (3,6%) se sobressaíram.
– A conscientização é fundamental para um trânsito mais seguro. Saber o perfil dos autores e locais com mais ocorrências é essencial para promover educação no trânsito direcionada para o público-alvo. Em nossos 25 anos de história, podemos dizer que um dos nossos legados é simplificar a informação para que toda a sociedade possa ter acesso a informações técnicas e qualificadas de forma acessível – destacou Leonardo Vale, vice-presidente do ISP.
O ISPTrânsito, ferramenta criada e desenvolvida pelos pesquisadores do Instituto, oferece uma análise abrangente e detalhada dos incidentes viários nos 92 municípios. A iniciativa faz parte do ISPConecta, plataforma digital que centraliza os painéis interativos do ISP, segmentados por tema, e os disponibiliza ao público sem necessidade de cadastro prévio.
Com uma interface intuitiva e responsiva, os usuários podem acessar dados padronizados em qualquer dispositivo eletrônico, com navegação simplificada e rápida.
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