SAIBA QUEM SÃO AS VÍTIMAS DE TIROTEIO EM BANGU

SAIBA QUEM SÃO AS VÍTIMAS DE TIROTEIO EM BANGU

DJs mortos, cantos de pagode e mulher feridos.

Djs Lorran Oliveira dos Santos e Alex Matos Adriano, à esquerda, morreram; já o cantos Jefferson Caick Oliveira sobreviveu ao ataque a tiros – Foto: Reprodução

Um evento semanal realizado em um sítio em Catiri, Bangu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, foi interrompido por violência na madrugada desta segunda-feira. Um grupo armado invadiu o local e disparou contra os músicos que estavam se preparando para se apresentar. Um cantor de pagode foi atingido por tiros na coxa e na costela, sendo levado ao Hospital Albert Schweitzer, em Realengo, onde está internado. Dois DJs foram também baleados e, infelizmente, faleceram antes de chegarem ao hospital. Uma quarta vítima, uma mulher, foi atendida e já recebeu alta.

O local na comunidade de Catiri era palco de eventos realizados todos os domingos, onde os frequentadores adquiriam ingressos para desfrutar das apresentações. Após o término do show do grupo de pagode, enquanto eles desmontavam o equipamento para os DJs assumirem o palco, um grupo armado, supostamente ligado ao Comando Vermelho (CV) da comunidade vizinha de Vila Kennedy, invadiu o local e começou a disparar indiscriminadamente.

Segundo relatos de pessoas próximas às vítimas, os membros do Comando Vermelho (CV) atiraram nos DJs sem motivo aparente. Os criminosos estariam, na verdade, procurando por um membro da milícia que anteriormente dominava o Catiri. De acordo com fontes consultadas pelo GLOBO, a região tem sido alvo de turbulências desde a morte de Marco Antônio Figueiredo Martins, conhecido como Marquinho Catiri, em novembro de 2022. Ele era considerado o líder da milícia na área. Desde então, a comunidade tem enfrentado ataques frequentes do tráfico de drogas. A violência da madrugada também se estendeu à comunidade da Vila Aliança, controlada pela facção rival Terceiro Comando Puro (TCP).

Lorran Oliveira dos Santos, o LP, DJ morto em ataque de bandidos na comunidade do Catiri — Foto: Reprodução

Botafoguense fanático e conhecido como LP, o DJ Lorran Oliveira dos Santos morreu após ser baleado. Sua amiga e promotora de eventos Elaine Ferreira lembra que ele era “uma pessoa excepcional”.
— Morador do Jardim Bangu, ele era muito tranquilo. Não tinha quem não gostasse dele. Era trabalhador, pai, filho… é muito estranho falar dele nessa situação, foi muita covardia — diz Elaine, que foi informada da morte do amigo por mensagem.
Pelas redes sociais, diversas mensagens de despedida foram compartilhadas por amigos, que lembraram do DJ como alguém engraçado, querido por todos e que nunca quis “guerra com ninguém”.

Em seu perfil no Instagram, Lorran também compartilhava fotos e vídeos com artistas, como o MC Poze. Já com o cantor Delacruz, o DJ brincou na legenda com os apelidos dos dois: “Daniel Azevedo da Cruz, o tal do Delacruz. Lorran Oliveira, (o) tal do LP”.

Alex Matos Adriano, o DJ Lekin, morto em ataque de criminosos na comunidade do Catiri — Foto: Reprodução

Outro DJ morto, depois de ser alvejado, foi Alex Matos Adriano, conhecido como Lekin.
Em suas redes sociais, ele compartilhava suas conquistas na carreira artística, como a primeira apresentação fora do Rio, em Muriaé (MG), em 2021. Na ocasião, o DJ Lekin tinha ido apenas para acompanhar amigos, mas foi convocado por eles para subir no palco: “Um momento mágico”, definiu à época. A última postagem em um show foi num baile de carnaval no Jardim Bangu, no último dia 11.

Os momentos em família também ganhavam destaque em suas redes, como ao lado de sua filha. Já com a companheira, ele compartilhava orgulhosamente momentos românticos, assim como conquistas do casal, como quando compraram um carro, em 2022.

Cantor Caick Oliveira, baleado em sítio no Catiri, está internado no Hospital Albert Schweitzer — Foto: Reprodução

Já o cantor de pagode Jefferson Caick Gonçalves de Oliveira sobreviveu ao ataque a tiros. Ele já tinha terminado sua apresentação e estava desmontando os equipamentos quando os bandidos invadiram o local. Ele foi atingido na costela, com uma bala que atravessou o corpo sem atingir nenhum órgão, e na coxa, parte do corpo que precisará passar por cirurgia, conforme relatado pelo amigo e músico Ellyson Brandão.

Socorrido para o Hospital Municipal Albert Schweitzer, em Realengo, o artista, que se apresenta com o nome artístico de Caick Oliveira, segue internado e apresenta um quadro de saúde estável. Ele é casado e tem dois filhos.

Jéssica Monteiro Silva
A quarta vítima dos disparos que sobreviveu, deu entrada por conta própria no Hospital Albert Schweitzer. Segundo a unidade de saúde, ela foi atendida e recebeu alta hospitalar.
O caso foi registrado na 34ª DP (Bangu). “Testemunhas estão sendo ouvidas, e os agentes buscam imagens de câmeras de segurança da região”, informa a Polícia Civil, que completa que diligências estão em andamento para esclarecer os fatos.


Fonte: O GLOBO e Metropoles

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