O terremoto de magnitude 6,8 que atingiu o Marrocos na noite de sexta-feira — provocando 820 mortes até o momento— foi o primeiro da vida de Jalvan Andrade, de 65 anos, que trocou a vida em Natal, no Nordeste brasileiro, para se radicar em Lisboa. Ele e a família decidiram passar uma semana de férias no norte da África por indicação de uma filha, que já havia visitado e se encantado com o país milenar. Ontem, a empolgação pela viagem deu lugar à tensão e ao medo.
O terremoto de magnitude 6,8 que atingiu o Marrocos na noite de sexta-feira — provocando 820 mortes até o momento— foi o primeiro da vida de Jalvan Andrade, de 65 anos, que trocou a vida em Natal, no Nordeste brasileiro, para se radicar em Lisboa. Ele e a família decidiram passar uma semana de férias no norte da África por indicação de uma filha, que já havia visitado e se encantado com o país milenar. Ontem, a empolgação pela viagem deu lugar à tensão e ao medo.
De acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês), o tremor durou cerca de 15 segundos. Mas, ao menos na lembrança dos brasileiros, o caos em solo e a percepção sobre o terremoto durou muito mais.
Eu não consigo dizer quanto tempo demorou, mas não foi coisa de segundos, foi de minutos. Porque começou muito lento e depois ficou muito forte — relembra Marny Guerreiro, de 42 anos, filha de Jalvan. — Já estávamos deitados, eu ouvi um barulhinho e pensei que era meu marido se mexendo na cama para pegar o celular. Mas isso foram segundos, quando pensa que não, começou um tremor forte e ouvimos os gritos.
Marny, Jalvan e mais seis pessoas, incluindo uma criança e um adolescente, contam que o hotel onde se hospedaram, no Boulevard Mohamed, não sofreu maiores danos estruturais. O bairro, que reúne construções mais modernas, diferente das ruas estreitas da Medina, não parece estar entre os mais afetados. O ambiente caótico provocado pelo tremor, contudo, rendeu momentos de angústia.
— As crianças estavam em outro quarto, então nós corremos até lá. Mas estava tudo tranquilo. Lá, minha sogra ligou para dizer que já haviam descido com meus pais, que estavam evacuando o hotel — relata Marny. — Quando chegamos lá embaixo, a água da piscina das crianças ainda estava agitada.
Embora a situação tenha ficado relativamente controlada durante a noite no hotel, a família esperou uma inspeção ser concluída para liberar a volta aos quartos. No entanto, nem todos os hóspedes aceitaram a proposta.