Segundo representantes, moradores e proprietários de quiosques chegaram a comparecer às reuniões, mas saíram sem oportunidade de debater os problemas locais
Uma das praias mais movimentadas no verão, conhecida pela grande concentração de quiosques e pelo maior polo de canoas havaianas do Brasil, Charitas ficou de fora das audiências públicas do Projeto Orla — iniciativa da Prefeitura de Niterói que busca o planejamento sustentável das praias da cidade — e também do Dia Mundial de Limpeza de Praias, que aconteceu recentemente.
A primeira etapa do Projeto Orla contemplou as praias da Baía de Guanabara, como Centro, Gragoatá, Boa Viagem, Icaraí e São Francisco. Apesar de ser a mais extensa da região, Charitas foi excluída. Moradores e proprietários de quiosques chegaram a comparecer às reuniões no Clube Central, mas saíram sem oportunidade de debater os problemas locais.
Segundo Vinícius Amorim, da União de Síndicos de Charitas (USC), a Secretaria de Meio Ambiente alegou que a exclusão ocorreu por causa de um processo judicial movido pelo Ministério Público Federal (MPF), que pede a regularização ou demolição dos 25 quiosques da praia.
— Vamos solicitar uma reunião com o secretário executivo da Prefeitura, Felipe Peixoto. O processo judicial não pode ser usado como desculpa para deixar a praia sem ordem e sem limpeza — lamentou Amorim.
Por esse mesmo motivo, Charitas também ficará fora do World Cleanup Day. É a única praia de Niterói excluída da ação global. A Secretaria de Meio Ambiente, questionada, atribuiu a decisão “a um nível acima”.
Enquanto isso, a vizinha São Francisco participou das oficinas do Projeto Orla e reivindicou melhorias. Marinice Gonçalves, representante do bairro, chamou a atenção para os dois canais que despejam esgoto na Baía de Guanabara:
— Estes canais lançam lixo e esgoto na praia, tornando-a imprópria para banho. A instalação de ecobarreiras poderia ajudar a reter os detritos antes que cheguem ao mar, melhorando a balneabilidade e protegendo a vida marinha — defendeu a representante.
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