Raphael Pinto Ferreira Gedeão estava hospedado no local há cerca de seis meses
O policial civil Raphael Pinto Ferreira Gedeão, acusado de matar o assessor parlamentar Marcelo dos Anjos Abitan da Silva após uma discussão, estava hospedado em um apartamento que pertence à uma filha do bicheiro Marcelo Simões Mesqueu, conhecido como Marcelo Cupim.
Segundo funcionários do Wyndham Rio Barra, o agente estava no local há cerca de seis meses antes do crime, que aconteceu na noite do dia 19. Após matar a vítima, ele chegou a fugir, mas se entregou à polícia na última terça-feira (21).
Marcelo também estava hospedado no hotel e foi atingido por pelo menos cinco disparos após uma briga com o policial, por conta de uma parada irregular na entrada do local.
Um funcionário relatou à Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) que, por volta das 3h, ouviu um barulho constante de buzina vindo do veículo do assessor, que estava parado na cancela de entrada do estacionamento, mas não conseguia entrar, porque outro carro estava parado no local. A vítima ficou entre cinco e dez minutos buzinando, para tentar chamar atenção do dono do automóvel, que estava vazio.
Segundo a oitiva, pouco depois Raphael apareceu e informou ao funcionário que o carro parado pertencia a ele e, ao chegar ao estacionamento, Marcelo e o policial começaram uma discussão. O assessor, que estava dentro do próprio veículo, decidiu descer e foi em direção ao agente, que atirou contra ele. A testemunha contou que não viu agressão por parte da vítima, que havia apenas se aproximado do acusado.
Segundo o depoimento do funcionário, após matar o assessor, Gedeão chegou a dizer: “Agora deu nisso aí, agora chama a polícia”. A testemunha relatou que chegou a perguntar se ele era policial, mas o agente não respondeu e deixou o local em seu carro, depois que a cancela do estacionamento foi aberta. O depoimento lembra ainda que ao ser baleado, o assessor parlamentar dizia: “Para que isso? Para que isso?”.
Também em depoimento à DHC, um outro funcionário do hotel relatou que, após o primeiro disparo do policial, Marcelo levantou os braços e disse: “Não, não, tá bom, tá bom”, mas outros três ou quatro tiros ainda foram ouvidos. Segundo ele, o empresário ferido correu para trás do próprio carro, se sentou e colocou a mão na cabeça, morrendo cerca de 30 minutos depois.
Fonte: O Dia