Canetas para emagrecimento: risco à saúde ou solução eficaz? Médico esclarece quando o uso é seguro

Canetas para emagrecimento: risco à saúde ou solução eficaz? Médico esclarece quando o uso é seguro

Com a popularização das canetas injetáveis para perda de peso, o endoscopista Dr. Flávio Ramos alerta que o uso sem acompanhamento médico pode trazer riscos e que a eficácia depende de uma abordagem combinada com outros métodos

Nos últimos meses, as chamadas “canetas para emagrecer” – medicamentos injetáveis que, na verdade, são análogos de hormônios como o GLP-1 e GIP, que agem no controle do apetite e do metabolismo – se tornaram uma verdadeira febre entre influenciadores e celebridades. O que antes era um tratamento médico restrito a casos específicos, hoje vem sendo usado de forma indiscriminada — muitas vezes sem acompanhamento ou indicação adequada. Mas será que essa solução é realmente segura e eficaz?

Segundo o endoscopista Dr. Flávio Ramos, membro titular da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED) e especialista com mais de 20 anos de experiência, os medicamentos injetáveis podem sim trazer resultados positivos no emagrecimento, desde que utilizados de forma orientada e com o devido acompanhamento médico.

“Essas medicações atuam em centros cerebrais que controlam o apetite e a saciedade, o que ajuda o paciente a comer menos e controlar melhor a fome. Mas não é uma solução mágica. O uso inadequado pode causar efeitos colaterais importantes, e o acompanhamento profissional é fundamental para ajustar doses, avaliar contraindicações e garantir segurança”, explica o médico.

Dr. Flávio reforça que as canetas injetáveis podem ser eficazes, desde que inseridas em um plano de cuidado mais amplo, que inclua mudanças de hábitos, alimentação equilibrada e acompanhamento médico constante. Ele desenvolveu um protocolo próprio que vem apresentando resultados promissores no tratamento da obesidade, baseado na integração entre medicamentos modernos e técnicas endoscópicas minimamente invasivas. Essa abordagem, conhecida como terapia combinada, vem ganhando destaque na área por potencializar os resultados com mais segurança.

“A combinação de tratamentos é o futuro da Endoscopia Bariátrica. Estamos alcançando resultados que superam em 10% a 15% a perda de peso total esperada com os métodos isolados — e, o mais importante, com doses significativamente menores das medicações, reduzindo efeitos colaterais e oferecendo mais conforto ao paciente”, explica o médico.

Para o Dr. Flavio, a principal mensagem é que o emagrecimento deve ser visto como um processo de saúde, e não apenas de estética. O uso isolado e sem critério das canetas pode gerar frustração, dependência ou até complicações metabólicas.

Sobre o especialista

Dr. Flávio Ramos é endoscopista formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), membro titular da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED) e referência em procedimentos endoscópicos voltados ao tratamento da obesidade. Com mais de duas décadas de atuação, o médico é professor renomado do Instituto de Pesquisa e Treinamento em Cirurgia Minimamente Invasiva (IRCAD), onde leciona há mais de sete anos, Mestre pela Universidade de Lisboa e também é diretor da Endocare (nova fase da tradicional Endodiagnostic) ao lado do Dr. Felipe Matz.

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