Juliana Marins foi encontrada morta, nesta terça-feira (24), 72 horas após cair no penhasco do monte Rinjani, na Indonésia
Manoel Marins, pai de Juliana Marins — jovem brasileira que morreu após cair de um penhasco durante uma trilha no vulcão Rinjani, na Indonésia — se pronunciou publicamente pela primeira vez desde a tragédia.
Na noite desta terça-feira (24), por volta das 22h (horário de Brasília), Manoel publicou uma homenagem emocionante à filha em seu perfil no Instagram. Ele compartilhou uma foto de Juliana sozinha, acompanhada da frase: “Pedaço tirado de mim”.

Na legenda da publicação, o pai escolheu a letra da música “Pedaço de Mim”, de Chico Buarque, como forma de expressar sua dor. Confira um trecho:
“Oh, pedaço de mim
Oh, metade arrancada de mim
Leva o vulto teu
Que a saudade é o revés de um parto
A saudade é arrumar o quarto
Do filho que já morreu
Oh, pedaço de mim
Oh, metade amputada de mim
Leva o que há de ti
Que a saudade dói latejada
É assim como uma fisgada
No membro que já perdi”.
“Se foi fazendo o que mais gostava”
Já na manhã desta quarta-feira (25), Manoel fez um novo desabafo nas redes sociais. Em um texto repleto de dor e amor, ele compartilhou lembranças da filha, seus sonhos e o impacto que deixou na vida de todos ao seu redor.
Manoel, relembrou o quanto Juliana era alegre, determinada e cheia de vida. “Ah, Juju, minha linda, meu tesouro, minha filha, meu amor. Você sempre foi muito especial. Sapeca, inquieta, de sorriso lindo e uma imensa vontade de viver intensamente”.
Segundo ele, Juliana estava muito feliz por realizar o sonho de fazer um mochilão pela Ásia, uma viagem que havia planejado com dedicação e para a qual recusou ajuda financeira dos pais.
“No início deste ano nos disse que faria esse mochilão agora enquanto era jovem e nós te apoiamos. Quando lhe perguntei se queria que lhe déssemos algum dinheiro para ajudar na viagem, você nos disse: ‘jamais.’ Você viajou com seus próprios recursos que ganhou como fruto do seu trabalho. E como você estava feliz realizando esse sonho. E como nós ficamos felizes com a sua felicidade. Você se foi fazendo o que mais gostava e isso conforta um pouco o nosso coração”, escreveu ele.
O governador em exercício, Rodrigo Bacellar, soltou uma nota de pesar sobre a morte da jovem Juliana Marins na Indonésia:
“É impossível não se comover com a morte da jovem brasileira na Indonésia, após quatro dias de angústia. Natural de Niterói, no nosso Estado do Rio, ela teve seus sonhos interrompidos de maneira trágica — uma perda que abalou o Brasil e o mundo. Me solidarizo com sua família, seus amigos e com todos que torceram por um desfecho diferente. Que Deus conforte o coração dos que sofrem com essa dor imensa”, disse o governador em exercício.
CHEIA DE AMOR – Manoel também destacou que os planos da filha iam além da viagem. Ela pensava no futuro dos pais e da irmã, Mariana, e demonstrava carinho e cuidado com todos da família.
“Sempre preocupada comigo e com a Estela. Dizia que iria cuidar de nós na nossa velhice, embora eu lhe dissesse que isso não era necessário, que você deveria viver a sua vida. Fica a sua presença em nossa casa, no seu quarto, no seu lugar preferido no sofá da sala. Fica a sua presença marcante na vida de quem teve o privilégio de te conhecer e de conviver contigo. E, especialmente, no meu coração , no da sua mãe e no da sua irmã”.
Na despedida, o pai mencionou uma promessa que os dois haviam feito: “Voa, Juju, voa. Voa para os braços do Pai Eterno. Ficaremos na certeza de nos reencontrarmos um dia e fazer aquele voo de parapente que estávamos programando para o seu aniversário”.
A tragédia
Juliana Marins fazia uma trilha no monte Rinjani, na Indonésia, na manhã de sábado (21), quando caiu em um penhasco. Após turistas registrarem a localização da brasileira e as imagens viralizarem, equipes de resgate iniciaram buscas pela jovem.
No domingo (22), as condições climáticas na região impediram o procedimento de salvamento da jovem.

Já na segunda (23), as autoridades da Indonésia confirmaram que Juliana foi localizada novamente. Monitorada por drones, ela foi vista “visualmente imóvel” a uma profundidade de aproximadamente 500 metros.
Por fim, na manhã desta terça-feira, após mais de 72 horas do acidente, a equipe de resgate conseguiu chegar até o local onde Juliana estava, no entanto, ela foi encontrada sem vida.
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