Segundo pesquisador, oscilação não é sinal de enfraquecimento político do bolsonarismo no Rio
O ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Praia de Copacabana, neste domingo, contou com a participação de 18,3 mil manifestantes, segundo cálculo feito com base em imagens aéreas pelo grupo de pesquisa “Monitor do debate político” do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), coordenado por Pablo Ortellado e Márcio Moretto, da Universidade de São Paulo (USP), e pela ONG More in Common.
Isso significa que a mobilização foi bem menor do que a de outros atos do bolsonarismo no Rio. A margem de erro do levantamento é de 2,2 mil pessoas para mais ou para menos.
O Datafolha, por sua vez, divulgou um cálculo de público na manifestação de 30 mil pessoas. O instituto também usou imagens aéreas. Elas foram obtidas às 11h10m.
Em 07 de setembro de 2022, também na Praia de Copacabana, o grupo de pesquisadores da USP e do Cebrap calculou um encontro de 64,6 mil manifestantes, um patamar que é cinco vezes maior do que neste domingo. Já em abril do ano passado, foram 32,7 mil participantes.
— Essa foi uma manifestação pequena para os padrões de mobilização do bolsonarismo — afirma Ortellado.
Na avaliação do pesquisador, no entanto, ainda é preciso haver mais manifestações com esse patamar menor de mobilização para afirmar que a oscilação é sinal de enfraquecimento político do bolsonarismo no Rio. De acordo com ele, o conflito entre os organizadores sobre o apoio ou não ao pedido de impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pode ter atrapalhado a convocação.
Além disso, ele defendeu que oscilações desse tipo são normais. Ortellado afirmou que as manifestações contra a então presidente Dilma Roussef (PT), em 2016, também chegaram a registrar públicos menores e depois voltaram a crescer.
Os pesquisadores também calcularam o público de um ato realizado neste domingo na Avenida Paulista, em São Paulo, com o mote da anistia e “fora Lula”. Foram contabilizadas 1,4 mil pessoas no pico da manifestação. A margem de erro é de 167 pessoas para mais ou para menos.
Fonte: CNN
