Símbolo da Lava-Jato, Petrobras inaugura Comperj 16 anos após o início das obras

Símbolo da Lava-Jato, Petrobras inaugura Comperj 16 anos após o início das obras

Prejuízos acumulados da estatal com empreendimento, reduzido de polo petroquímico a uma unidade de processamento de gás natural, chegam a pelo menos US$ 14 bilhões

Dezesseis anos e US$ 14 bilhões em prejuízos após o início das obras, a Petrobras concluiu o que sobrou do Comperj, hoje com o nome de Polo GasLub Itaboraí. A petroleira recebeu na sexta-feira passada a autorização da ANP, a agência reguladora do setor, para receber o gás natural produzido em campos do pré-sal na unidade. Está prevista para sexta-feira uma cerimônia de inauguração, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Em vez do complexo petroquímico originalmente planejado, o empreendimento agora se dedica apenas a processar o gás natural dos campos do pré-sal, trazido por um gasoduto de 355 quilômetros de extensão, a maior parte submarina, mas já tem ampliações a caminho.

O primeiro plano de negócios da Petrobras sob o novo governo do PT incluiu novas refinarias no empreendimento — que deverá ter o nome novamente alterado, segundo as informações de um periódico.

Mesmo com o escopo reduzido, a finalização da construção da UPGN (unidade que processa o gás) e da Rota 3 (um dos trechos da rede de gasodutos submarinos que escoa a produção em alto-mar) terão o efeito de ampliar a oferta de gás natural no mercado nacional.

As estruturas têm capacidade para processar 21 milhões de metros cúbicos de gás por dia. Em entrevista à Agência Estado na segunda-feira, a diretora de Engenharia, Tecnologia e Inovação da Petrobras, Renata Baruzzi, afirmou que esse volume de produção supera as importações de gás feitas pela companhia, ou seja, o saldo final da entrada em operação das primeiras unidades do Polo GasLub será o aumento da oferta do insumo no país.

Desde 2008, a petroleira estatal já contabilizou prejuízo de ao menos US$ 14 bilhões com o projeto, fruto de pagamento de propinas, obras superfaturadas e mudanças no projeto. Entre 2017 e 2018, já no governo Michel Temer, a Petrobras abandonou de vez os planos de construir refinarias para produzir insumos petroquímicos. Foi então que o projeto foi encolhido.

Fonte: O Globo

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