Deolane é suspeita de usar tática do PCC para lavar dinheiro

Deolane é suspeita de usar tática do PCC para lavar dinheiro

A advogada e influenciadora Deolane Bezerra e a mãe dela, presas no último dia 4/9, são apontadas pela Polícia Civil de Pernambuco como integrantes de uma organização criminosa envolvida com jogos ilegais e lavagem de dinheiro.

Para movimentar os lucros resultantes de atividades criminosas, como mostra a investigação policial, o grupo se valia de um método conhecido como “smurfing“, usado também pelo Primeiro Comando da Capital (PCC).

Como mostram informações enviadas à Polícia Civil pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), do governo federal, Deolane e os outros denunciados realizaram transações financeiras atípicas com 34 empresas, além de pessoas físicas, com depósitos em dinheiro vivo, de forma fracionada.

Essa é uma característica do “smurfing”, recurso por meio do qual criminosos movimentam grandes valores, mas diluídos em pequenos depósitos, com o intuito de dificultar o monitoramento das autoridades financeiras.

No processo do caso é afirmado que documentos apontam “fundados indícios” da prática reiterada “do crime de lavagem de dinheiro por parte dos investigados, ao longo dos últimos anos”.

O “dinheiro sujo”, seguem os registros judiciais, foi lavado pela organização “com a aquisição de imóveis e carros de luxo”, além de “loterias”.

Como revelado, os carros de luxo ostentados pela influencer, para seus mais de 21 milhões de seguidores nas redes sociais, são um dos indícios de lavagem de dinheiro encontrados pela polícia. Deolane foi presa e teve a oportunidade de responder às acusações em liberdade.

Ela, porém, ficou menos de 24 horas em prisão domiciliar, após descumprir uma das medidas cautelares impostas pela Justiça do Recife, que a impedia de falar com a imprensa. Ela deu entrevistas assim que colocou os pés para fora da cadeia, na segunda-feira (9/9).

A influenciadora foi presa novamente nessa terça-feira (10/9), assim que chegou ao Fórum da capital pernambucana, para assinar papéis antes de seguir para São Paulo, onde iria ficar em uma de suas três mansões. Deolane é alvo de uma investigação sobre bets (sites de apostas) ilegais usadas para lavar dinheiro do crime.

Ela e a mãe, Solange Alves Bezerra Santos, de 55 anos, foram presas na última quarta-feira (4/9) em cumprimento a mandados de prisão preventiva, cumpridos pela Polícia Civil durante a Operação Integration.

A investigação, que resultou em uma denúncia do MP de Pernambuco, mostra que a associação de Deolane com sua mãe “reforça os indícios” que culminaram na prisão de ambas.

Relatório do Coaf

A Polícia Civil pernambucana se embasou em um relatório resultante de um alerta do Coaf sobre lavagem de dinheiro. Chamou a atenção uma conta bancária da mãe de Deolane aberta em novembro de 2022. No mês seguinte, as movimentações financeiras da família Bezerra começaram a ser investigadas.

Na decisão que prendeu mãe e filha, a Justiça de Pernambuco indica o recebimento de valores, na conta de Solange, depositados por duas empresas também monitoradas pela polícia.

Solange declarava rendimento mensal de R$ 10 mil, mas teve uma movimentação de quase R$ 480 mil entre dezembro de 2022 e janeiro de 2023 na conta bancária, o que acendeu o alerta do órgão de inteligência financeira. O relatório ajudou a polícia a identificar e relacionar seus alvos.

Apesar de não contar com registros profissionais, como mostra a investigação, Solange constava como sócia em duas empresas, uma de confecção de roupas e outra de atividades de cobrança.

A defesa da influenciadora e de sua mãe entrou com um pedido de habeas corpus, para que ambas aguardassem fora da cadeia o andamento do processo.

Em decisão que resultou na prisão domiciliar de Deolane, e que manteve Solange presa, o desembargador Eduardo Guilliod Maranhão endossa as denúncias de lavagem de dinheiro e associação criminosa.

O magistrado, porém, considerou o fato de Deolane ser mãe de uma menina de 8 anos de idade e permitiu que ela cumprisse prisão domiciliar, revogada nessa terça, após a influenciadora descumprir uma das medidas cautelares.

Antes disso, o desembargador se pautou pelo artigo 318A do Código Penal e por um habeas corpus coletivo do Supremo Tribunal Federal (STF), de 2018, que substitui a prisão preventiva por domiciliar para gestantes, lactantes e mães de crianças de até 12 anos ou de pessoas com deficiência.

Fonte: Metrópoles

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