Agosto Lilás termina com 22 mulheres atendidas na emergência do Hospital Estadual Alberto Torres

Agosto Lilás termina com 22 mulheres atendidas na emergência do Hospital Estadual Alberto Torres

Número é cerca de 40% maior em relação ao mesmo período no ano passado

Agosto, mês dedicado à Conscientização pelo fim da Violência contra a Mulher, terminou com 22 registros de mulheres atendidas na emergência e no Centro de Trauma do Hospital Estadual Alberto Torres (Heat), do Colubandê, em São Gonçalo. O número é cerca de 40% maior em relação ao mesmo período no ano passado, quando a unidade registrou 16 casos.

“Temos um protocolo de atendimento bem estruturado, mas são casos graves, às vezes, com mulheres queimadas ou esfaqueadas. Isso mexe com toda a equipe”, garante o coordenador do Centro de Trauma do Heat, o médico Marcelo Pessoa.

Além do atendimento médico, com exames clínicos e de imagens e, às vezes, cirurgias de urgência, às mulheres vítimas de violência também recebem suporte emocional no hospital. A equipe de assistência social e psicologia assumem o caso logo após o primeiro atendimento.

A psicóloga Lydianne Salles é uma das inúmeras profissionais que garante o acolhimento às pacientes assim que chegam na emergência. “Elas chegam ao hospital assustadas, machucadas fisicamente e amedrontadas psicologicamente. As histórias são inúmeras. Relatos muitos tristes. Nosso coração fica fragilizado”, relatou.

Os casos são registrados e encaminhados aos órgãos de proteção, como a Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM). Segundo a delegada titular da unidade de São Gonçalo, Ana Carla Nepomuceno, as mulheres devem denunciar e não esperar uma segunda ação. De janeiro a julho deste ano, a DEAM-SG registrou 1338 casos.

E a subsecretaria municipal de Políticas Públicas para as Mulheres, que tem um papel importante sob o tema, principalmente nas ações à reinserção dessas mulheres no mercado de trabalho, atendeu nos sete primeiros meses deste ano 5.135 casos de violência. O número total inclui ainda centenas de registros por violência sexual, moral e patrimonial.

Os dados dizem respeito a diferentes tipos de violência, que por vezes se misturam – um mesmo episódio pode incluir mais de um tipo de violência. A maior parte desses registros diz respeito a episódios de violência psicológica: foram 2.119 casos, segundo o levantamento. Boa parte deles (1.680 do total) também inclui relatos de agressão física contra mulheres.

Para a secretária municipal de Políticas Públicas para as Mulheres, Ana Cristina Silva, o número de casos aponta para a importância não apenas de campanhas de conscientização como as veiculadas durante o “Agosto Lilás”, mas também de ações que ajudem no acompanhamento de vítimas ao longo de todo o ano.

“Continuaremos firmes nas divulgações dos serviços para que essas mulheres saiam do anonimato, com o objetivo também de que consigamos romper esse ciclo e não tenhamos estatísticas de feminicídios crescentes. Uma das formas de fazer com que essa mulher consiga sair do ciclo de violência é promover o empoderamento dela, resgatando sua autoestima, através da qualificação profissional com a oportunidade de conquistar sua autonomia financeira”, destaca a subsecretária.

Mulheres vítimas de violência podem procurar ajuda através do telefone 180. Em São Gonçalo, elas também podem procurar ajuda para denúncias no Centro Especializado de Orientação à Mulher (Ceom), que fica na Rua Camilo Fernandes Moreira, s/n, em Neves, e na Deam-SG, localizada ao lado da 72º DP (Mutuá).

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