De acordo com as investigações da Polícia Civil, as obras são resultado da lavagem de dinheiro do crime organizado
A Polícia Civil, por meio da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), realiza, nesta terça-feira (13), uma operação contra a lavagem de dinheiro do tráfico no Complexo da Maré, na Zona Norte. A ação, que conta com apoio da PM, do Ministério Público (MPRJ) e da Secretaria de Ordem Pública (Seop), tem o objetivo de demolir um condomínio com mais de 40 imóveis irregulares construídos pelo crime organizado na comunidade Parque União.
Em imagens que circulam nas redes sociais, moradores registaram a presença de blindados na comunidade. No local, equipes do Comando de Operações Especiais (COE) atuam para estabilizar a área.
Na região, parte dos imóveis chega a ter seis pavimentos, porém, 90% deles ainda estão em fase de alvenaria e totalmente desocupados. Eles foram erguidos sem nenhuma autorização da Prefeitura e não possuem responsável técnico pelas obras. No início de julho, agentes da Seop notificaram todas as estruturas após uma outra ação da DRE.
Segundo o MPRJ, a Força-Tarefa de Enfrentamento à Ocupação Irregular do Solo Urbano e o Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/FT-OIS) também estão na comunidade para apurar eventuais indícios da prática de crimes ambientais e de organização criminosa, entre outros, a fim de promover a responsabilização criminal dos autores das construções irregulares e dos ilícitos ambientais.
INVESTIGAÇÃO – No mês anterior, a Polícia Civil iniciou uma operação nas comunidades do Parque União e Nova Holanda, no Complexo da Maré, contra lavagem de dinheiro do tráfico de drogas da facção Comando Vermelho(CV), que domina a região. Na ocasião, dois carros, três motos, uma pistola, um simulacro de fuzil, carregadores, munições, drogas, celulares e documentos diversos foram apreendidos.
Segundo investigações, o Parque União vem sendo utilizado há anos, por meio de construções e abertura de empreendimentos diversos, para lavar o capital acumulado com o comércio de drogas. Ainda conforme apurado, no esquema há a participação de funcionários de órgãos representativos da região, como a própria Associação de Moradores. Além disso, as construções que teriam sido iniciadas em 2017, ainda são consideradas de alto padrão.
A comunidade tem como principal chefe, o traficante Jorge Luís Moura Barbosa, conhecido como Alvarenga. Contra ele há vários mandados de prisão em aberto. Além de ser considerado integrante do denominado Conselho do CV, ele também é acusado de participar ativamente das decisões que determinam o rumo da facção, como invasões de territórios rivais para expansão dos domínios e exploração ilegal econômica. Alvarenga possui ainda 86 anotações criminais e se figura como autor em 175 inquéritos policiais.
São Gonçalo Vai Mudar. O Maior Portal da Cidade.
