Hospitais federais do Rio vão passar por reestruturação, diz ministra

Hospitais federais do Rio vão passar por reestruturação, diz ministra

Medidas devem ser apresentadas nas próximas semanas

Um programa de reestruturação dos seis hospitais federais do Rio de Janeiro será apresentado em breve pela ministra da Saúde, Nísia Trindade. Segundo ela, as instituições já estão com suas direções constituídas e foi montado um comitê gestor que está trabalhando nos problemas identificados. 

O Ministério da Saúde fez parcerias com a prefeitura do Rio de Janeiro, com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Grupo Hospitalar Conceição (GHC).

“Estamos trabalhando juntos para fortalecer os hospitais como unidades de referência no SUS [Sistema Único de Saúde] Vamos apresentar mais medidas nas próximas semanas”, disse a ministra nesta sexta-feira (28), durante visita a unidades de saúde de Belford Roxo, na Baixada Fluminense. 

A ministra reforçou que o Ministério da Saúde está atento ao momento vivido pelos hospitais e que soluções de curto prazo já foram implementadas.

“Estamos atuando nos hospitais federais desde o ano passado, quando abrimos 300 leitos antes fechados e continuamos atentos para manter o abastecimento. Seguimos trabalhando para colocar os hospitais para funcionar e diminuir filas. Tenho conversado com o presidente Lula e essa é uma prioridade do ministério”, completou Nísia. 

Nísia Trindade também visitou um centro especializado em atendimento a crianças neuroatípicas, as obras de uma maternidade, um hospital oftalmológico, um hospital infantil, uma unidade de pronto atendimento (UPA) e um centro de fisioterapia, ortopedia e imagem.

ENTENDA – A corrupção nas unidades de saúde federais do Rio apareceu na mídia, com a exoneração do diretor do Departamento de Gestão Hospitalar (DGH), Alexandre Telles, indicado pelo deputado Federal Dimas Gadelha (PT-RJ), após uma investigação do Fantástico (Rede Globo).

Desde maio de 2023, denúncias sobre corrupção nos Hospitais Federais têm sido veiculadas pelo RJTV e RJ2 da TV Globo, apontando para a nomeação de pessoas ligadas ao deputado Dimas Gadelha (PT) em cargos-chave, muitos deles de São Gonçalo, além da nomeação do advogado particular de Dimas, Gildo Souza.

Além do favorecimento político, testemunhas relatam a instalação de uma porta acústica no gabinete do diretor Abel Martinez para representantes comerciais e fornecedores, exigindo pagamentos e criação de vagas dentro das empresas contratadas.

Também há influência política nos hospitais de Bom Sucesso e Andaraí, onde o médico Jefferson Antunes Gomes, ligado a Dimas Gadelha desde sua gestão na Secretaria de Saúde de São Gonçalo, ocupa um cargo importante.

Documentos revelaram que cinco pacientes morreram por falta de atendimento adequado no Hospital Federal de Bonsucesso, enquanto o Hospital do Andaraí enfrenta problemas como cirurgias suspensas, leitos fechados e o sumiço de equipamentos médicos valiosos, incluindo um tomógrafo de R$ 1 milhão e um raio-x de R$ 3 milhões.

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