Entenda a guerra em Israel, que começou com o maior ataque do Hamas e tem contraofensiva intensa na Faixa de Gaza

Entenda a guerra em Israel, que começou com o maior ataque do Hamas e tem contraofensiva intensa na Faixa de Gaza

As Forças de Defesa de Israel (IDF) afirmaram, nesta segunda-feira, que retomaram todos os territórios que haviam sido invadidos por combatentes do Hamas no começo da ofensiva, no sábado, e que iniciaram um “cerco total” à Gaza, dois dias depois da maior ofensiva militar de uma organização palestina contra o país na história.

A invasão-relâmpago coordenada pelo Hamas pegou autoridades e civis de surpresa, nas primeiras horas da manhã de sábado. O braço armado do grupo extremista lançou entre 2,5 mil e 5 mil foguetes da Faixa de Gaza, área controlada pelo grupo desde 2007, seguidos de ataques maciços por ar, terra e mar — no que foi batizado de Operação Dilúvio de al-Aqsa. Israel reagiu com bombardeios aéreos. Os ataques palestinos tiveram como alvo dezenas de cidades e localidades no sul e no centro de Israel, incluindo Tel Aviv e Jerusalém. Já são ao menos 1.200 mortos e 4 mil feridos no total, a maioria israelenses mortos durante o ataque terrorista nas primeiras horas do sábado.

O governo de Israel também afirma que há mais de 100 israelenses feitos reféns pelo Hamas. Um alto funcionário do grupo palestino disse que o objetivo da captura de reféns é o de trocá-los por prisioneiros palestinos detidos nas cadeias israelenses, concentradas nas cidades de Be’eri e Ofakim.

Os ataques terroristas pegaram Israel de surpresa, observam analistas. Em ataques anteriores, as autoridades estavam alertas, cientes de que poderiam acontecer a qualquer momento. Eles se limitaram a lançamentos de mísseis contra vilas fronteiriças. Desta vez, o choque é maior porque não se esperava a invasão do país, demonstrando falhas na Inteligência de Israel, uma das mais sofisticadas e bem financiadas do planeta.

Enclave palestino localizado entre o Egito, Israel e o Mar Mediterrâneo, a Faixa de Gaza vive sob bloqueio severo terrestre, aéreo e marítimo de seus vizinhos desde 2007, quando o Hamas chegou ao poder. O único ponto de trânsito com o mundo exterior fora do controle de Israel é Rafah, com seu posto mantido aberto pelo Egito na maior parte do tempo.

Nas fronteiras de Gaza, há milhares de câmeras, sensores de movimento terrestre e patrulhas regulares do Exército, recém instalados ao longo de 65 quilômetros. Uma cerca com arame farpado é usada como “barreira inteligente” justamente para evitar o tipo de infiltração que ocorreu nos ataques do último sábado. Pensava-se, portanto, que as fronteiras eram controladas por Israel — mas isso não foi suficiente para evitar a invasão.

A intensidade da guerra — decretada pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ainda no sábado, e aprovada pelo Gabinete de Segurança de Israel neste domingo — sublinha a complexidade do conflito que, com períodos de paz manchados por pequenos ataques, se arrasta ao longo do século. Para ajudar a entender o mais novo capítulo da crise entre Israel e Palestina, O GLOBO organizou perguntas e respostas sobre o que já se sabe dos ataques terroristas.

sgvaimudar

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