“Não estamos falando mais de uma briga de milicianos e traficantes. Estamos falando de uma verdadeira máfia, uma máfia que tem entrado nas instituições, nos poderes, nos comércios, nos serviços e no sistema financeiro nacional”, disse o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, em entrevista coletiva nesta sexta-feira (6) sobre o ataque aos médicos na orla da Barra da Tijuca.
Castro e o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, se reuniram para tratar do assunto e traçar medidas de auxílio do governo federal no combate ao crime no RJ.
Três médicos morreram e um foi hospitalizado após criminosos efetuarem 33 disparos contra eles em um quiosque. As investigações apontam que os atiradores tinham como alvo o filho de um miliciano que mora na região e disparam contra os médicos após se confundirem.
“[A máfia] tem seus próprios tribunais e vem atuando nas mais diversas esferas. Essa máfia vem se expandindo no território nacional”, afirmou Castro. O governador, no entanto, reafirmou que o problema da violência atinge o Brasil como um todo, e não somente o estado do Rio.
“Estamos aqui para falar de um problema que não é somente do estado do Rio de Janeiro, é um problema do Brasil. Esse é um problema que só conseguiremos ter sucesso no combate à criminalidade se for um combate de todos. Governo federal, todos os estados, prefeituras.”
O governador disse que o combate ao crime continuará e citou apreensões feitas pela polícia somente este ano: mais de 4 mil armas, sendo 472 fuzis. “Um arsenal de guerra”, disse.
“As investigações continuam. Não iremos parar por aqui. Não é porque se acharam corpos que as investigações vão parar. As investigações vão ser ampliadas, vão continuar. Não retrocederemos um milímetro sequer para essas máfias”, prometeu o governador.